domingo, 9 de junho de 2019

Godzilla II - Rei dos Monstros (2019)


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            A premissa era bastante interessante: como sempre ocorre nas histórias de Godzilla, um mundo desigual e de conflitos ambientais precisa receber uma lição dos velhos titãs para que possa seguir em frente. Desta vez, um grupo resolve ressuscitar uma série de monstros míticos para cumprir este trabalho e a narrativa toma forma como uma grande homenagem cinéfila aos inesquecíveis personagens da Toho: ganha vida o Rei Ghidorah, que será combatido, como de costume, pelo herói Godzilla. Ressuscitam, de mesmo modo, Rodan e Mothra, outros dos seres lendários do imaginário daikaiju.

            A execução, no entanto, é muito precária em certos pontos: um filme que parece duvidar da inteligência dos espectadores, recorrendo a pleonasmos frequentes (a imagem do “monstro 0” é vista; logo um personagem diz, em alto e bom som: “monstro 0”!!!); o tema do drama familiar envolvido na trama parece pouco trabalhado, apesar de recorrente.

            A ausência de complexidade nas figuras constituídas pelo enredo são, desta forma, uma espécie de auto-sabotagem: um filme de ícones, um filme de deuses, que se explica demais e retira o ar mistérico destes elementos, diminui sua divindade. Talvez fosse necessário algo mais simplório: bastavam as batalhas internas advindas do renascimento de Godzilla, Ghidorah e seus asseclas. Só a ressurreição deles já seria a glória do filme. Eles falam por si mesmos e não precisam de intérpretes.

            Ainda assim, permanecem coisas belas: o renascimento de Mothra na cascata, quando “as estrelas descem do céu” para lhe darem vida; a batalha final entre os quatro grandes monstros; o triunfo cristológico de Godzilla sobre a morte (em algum momento, um personagem diz: “ele morreu para nossa salvação”). Tudo isto não apagará os vexames contidos na produção, mas faz valer a curiosidade pela sessão.

            E, assim, que venham outros filmes. É sempre bom ver estes grandes personagens de volta. Afinal, é como dizem: vida longa ao rei!

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