sábado, 14 de julho de 2018

Pál Fejös, por Ferenc Farkas




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Ferenc Farkas (ao piano) e Pál Fejös


     Quando voltei de Roma a Budapeste em 1932, apesar dos meus diplomas, só consegui tocar em orquestras de teatro e de cinema.

     Foi então que conheci o diretor de cinema Pál Fejős, que foi capaz de acolher o jovem iniciante que era e me propor a composição da música para seus filmes. É por isso que o acompanhei aos estúdios de Viena e Copenhague. Nós trabalhamos muitos anos juntos. Os múltiplos problemas da música cinematográfica me deram habilidades técnicas e conhecimento.

     Muito tempo depois, após muitos anos sem que nos víssemos, eu o visitei na Áustria. Alguns dias depois, ouvi com tristeza que ele havia morrido. Em memória dele, compus, em 1965, "Planctus et Consolationes". Os oito movimentos deste trabalho são como relâmpagos que se entrelaçam, ilustrando a consternação, a batida escura de uma marcha fúnebre, a luz agora velada de uma época passada, as tentativas frustradas de se rebelar contra a morte, a consolação e a submissão ao destino.

     Para compor, em sua memória, me inspirei num tema que era amado por Pál Fejös, “Fontane di Roma”, de Respighi (meu venerado mestre). 


(Ferenc Farkas sobre Planctus et Consolationes; publicado originalmente em: http://www.ferencfarkas.org/Planctus-et-consolationes.phtml; Tradução: Yuri Ramos)

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