Rumo a novos ritmos: Edwards
Ele
não procura fugir da América e trabalha para ela. Depois de ter começado bem,
com Mister Cory (1957), num humor
terrível, continua ainda melhor ao executar com sucesso um Breakfast at Tiffany's, onde demonstra uma ternura que não lhe é
habitual. Mas após um ensaio no âmbito do trágico (Experiment in Terror, 1962), acaba por encontrar sua fórmula: ele
retorna àquele humor desobediente que sempre o fascina, e depois de Pink Panther (1963), consegue se sair ainda
melhor no segundo filme, A Shot in the
Dark (1964). Cada vez mais abstrato, ele surpreende seu espectador pela
velocidade, faz de seu filme uma pesquisa sobre ritmos complexos, muito mais do
que quaisquer outros, os sobressaltos da América. E parece que em The Great Race, que ele ainda está por
terminar, vai ainda mais longe, com os personagens cessando completamente de
existir para serem animados em seus desenhos, retrocedendo, finalmente, diante
da própria morte.
(Jean-Louis
Noames; trecho selecionado do artigo Lettres
des U.S.A., Cahiers du Cinéma, n. 160, novembro de 1964, p. 77; tradução: Yuri Ramos)
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