terça-feira, 21 de agosto de 2018

Rumo a novos ritmos: Edwards, por Jean-Louis Noames



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Rumo a novos ritmos: Edwards


Ele não procura fugir da América e trabalha para ela. Depois de ter começado bem, com Mister Cory (1957), num humor terrível, continua ainda melhor ao executar com sucesso um Breakfast at Tiffany's, onde demonstra uma ternura que não lhe é habitual. Mas após um ensaio no âmbito do trágico (Experiment in Terror, 1962), acaba por encontrar sua fórmula: ele retorna àquele humor desobediente que sempre o fascina, e depois de Pink Panther (1963), consegue se sair ainda melhor no segundo filme, A Shot in the Dark (1964). Cada vez mais abstrato, ele surpreende seu espectador pela velocidade, faz de seu filme uma pesquisa sobre ritmos complexos, muito mais do que quaisquer outros, os sobressaltos da América. E parece que em The Great Race, que ele ainda está por terminar, vai ainda mais longe, com os personagens cessando completamente de existir para serem animados em seus desenhos, retrocedendo, finalmente, diante da própria morte.


(Jean-Louis Noames; trecho selecionado do artigo Lettres des U.S.A., Cahiers du Cinéma, n. 160, novembro de 1964, p. 77; tradução: Yuri Ramos)

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